sábado, 21 de março de 2015

Analisando um prato: Sequência de camarão (Florianópolis - SC) - 24/02/2015

(Nesta seção analisamos um prato específico, e não um restaurante, portanto não há notas ao final. No título estão o nome do prato, a cidade em que comemos e a data do rango)

Sequência de camarão. Se você já foi à Florianópolis, certamente comeu, ou ao menos leu alguma placa/cartaz/propaganda de algum restaurante anunciando o prato. Sem exagero, referências a ele estão em todo lugar na ilha. Sei não, mas acho que até as padarias devem ter sua versão do negócio. Não sei exatamente de onde surgiu, ao que parece foi inventado há décadas por pescadores, e se tornou um prato típico local. Trata-se, como o nome indica, de camarão servido de várias formas diferentes, em sequência. Como é costume dizer aqui em casa, minha posição era "não comi e não gostei". Nunca achei que aquilo fosse dar certo, sempre achei que fosse um típico "pega-turista". Embora a posição da Chris fosse parecida com a minha, claro que não poderíamos ir embora de Floripa sem experimentá-lo. Escolhemos para isso o restaurante Meu Cantinho, situado na Barra da Lagoa, pertinho da pousada em que estávamos. Local agradável, com ambiente climatizado. Pedimos uma cervejinha, e a sequência de camarão para dois. Ah, detalhe curioso: o restaurante disponibiliza uma tigelinha com água e lavanda na mesa, pra dar uma limpada nas mãos após manipular os crustáceos. Idéia bacana.

A entrada do restaurante


O potinho com lavanda

Os trabalhos começam com bolinhos de siri e peixe. Ou seja, sem a estrela principal. Mas tá perdoado, porque os bolinhos estavam muito bons. Chris encontrou as desagradáveis casquinhas de siri em um de seus bolinhos, mas elas são quase inevitáveis. Paciência.

Bolinhos sem camarão

Saem os bolinhos, mas ainda não chegam os camarões. É a vez da salada. E ela vem escalada com acelga, alface, couve, tomate, cenoura e morangos. Eu escrevi certo, não estou bebendo. Morangos. E o pior, ou melhor, é que combina, achamos interessante.

Não são tomates, são morangos

Para iniciar a comilança dos crustáceos, vem à mesa os clássicos ao alho e óleo. Difícil errar, né? Bem, o primeiro passo pra não errar é colocar todos os ingredientes que dão nome à receita, e a verdade é que faltou alho. Os camarões são servidos com cabeça, casca e rabo, e quanto a isso não há problema nenhum. Fica até mais fácil contar quem comeu mais, com as cabecinhas que vão se acumulando no prato. Embora este que vos escreva tenha comido também umas duas cabecinhas. Sim, pra quem não sabe, cabeça de camarão é comestível, não é só enfeite, até porque se fosse seria de muito mau gosto, né não?

Cadê o alho que tava aqui?

Na sequência, camarões ao bafo, que é o bichinho cozido em uma panela fechada, e não frito numa frigideira. Estes eram um pouco maiores, mas estavam um pouco sem gosto. Em verdade naturalmente os camarões menores são mais saborosos, e por isso mesmo acho que deveriam ter caprichado mais no tempero destes. Mas comemos todos os seis, porque não somos casal de deixar camarão no prato.

Ao bafo

Podemos considerar tudo isso apenas a entrada, porque agora é que chega a comida mesmo: peixe ao molho de camarão sete barbas, pirão, arroz e batata frita. Tava tudo gostosinho, nada de extraordinário. Eu gostei bastante do peixe com o molho, mas ambos achamos o pirão e o arroz meio sem graça.

Não comeu bem ainda? Então tome arroz com batata frita!

Enquanto ainda estávamos degustando o peixinho, chega a pá de cal: camarão à milanesa. Uns dez deles. Estes estavam bem saborosos, com tempero e crocância adequados. O que não se adequava mais era nosso estômago à quantidade de comida. Resultado: viramos um casal que deixa camarão no prato. Eu fiz meu máximo, me esforcei, mas não dava mais.

À milanesa, ou à pá de cal

Saímos do restaurante com a barriga cheia, mas não necessariamente satisfeitos. Chris acha que tudo que é alheio ao camarão poderia ser dispensado, já que se trata de uma sequência de camarão. Tanto que chegamos ao cúmulo de não comer todos os camarões à milanesa. Não sei se a escolha de outro restaurante poderia ter feito alguma diferença. No fim das contas, acho que tudo que pensávamos do prato se confirmou: trata-se de uma orgia. E numa orgia, chega uma hora em que você perde o prazer de comer. 

2 comentários:

  1. É o restaurante do amigo do Feu Ranzinza... Conheci a uns 20 anos. Lembro que era bom e bem servido, principalmente por ser um "Cantinho" na Barra da Lagoa. Mais que especial! Que bom que continua...! Curti.

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  2. Cadê as notas? Voltariam? Eu achei legal e o Feu gosta muito. beijo da mama.

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